domingo, 28 de abril de 2013


Já cometi o erro de dizer que determinada pessoa não tinha motivo para queixas. Esqueci que não tenho superpoderes nem o dom de ver alguém por dentro. Não sei das cicatrizes, das feridas que não fecham, do que foi dito e ficou tatuado, da pedra que incomoda o sapato a cada passo. Não sei das noites em claro, do motivo das olheiras, da saudade da infância, da falta do gosto, da palavra que não foi falada, do sentimento que não foi revelado, da vergonha guardada no canto da boca. Eu não sei o que o outro traz a tiracolo. Então, me esforço e me calo. Guardo para mim os pensamentos. Antes eu era uma inconsequente. Julgava a torto e a direito. Até que a maturidade resolveu me puxar a orelha. Ei, para com isso. Para de pensar que pode tudo, afinal, você não é nada. Ei, sossega, cuida da sua vida. Então parei. Parei e resolvi cuidar do meu umbigo. Das minhas falhas, acertos, tropeços e anseios. Deixa que do outro ele mesmo cuida. 

Clarissa Corrêa

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